
A discussão é eterna - afinal de contas, o pessário obstétrico ajuda ou não no combate à prematuridade? -- e essa novela ganhou mais um capítulo.
Espera aí doutor, do que você está falando?
Verdade, fui rápido demais. Há anos sabemos que um colo curto (menor que 25 mm) é um fator que aumenta bastante o risco do bebê nascer prematuro. Chamamos de colo incompetente - quando ele parece que não segurar o bebê por tempo suficiente, até ele se tornar maduro para poder nascer.
É um problema sério e silencioso! Existem vários grupos de cientistas estudando esse assunto, e há alguns anos (res)surgiu um novo personagem nesse história, o pessário obstétrico, um dispositivo de silicone que prometia manter o colo uterino fechado até o nascimento. Mas não é bem assim...
Na realidade temos poucas armas nessa luta, e essa parecia ser bastante promissora, mas os primeiros resultados não foram animadores. Mesmo assim, pontualmente, surgiram estudos pequenos que mantinham a chama acesa de que um dia o pessário se mostraria útil, no entanto, em Fevereiro de 2020, mais um grande estudo surgiu silenciosamente, abafado pelos ventos do coronavirus, para martelar mais um prego no caixão do pessário obstétrico. Você pode dar uma olhada aqui.
Ok, podemos tecer algumas críticas, mas não podemos negar sua importância e tamanho. Então, por enquanto, o pessário ainda não possui um uso formal no combate à prematuridade. Aliás, o único que deu algum resultado até agora foi o uso de progesterona vaginal.