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Uma história de paciência e espera

Updated: Jun 2, 2020


A Beatriz Fontes é de Cândido Mota / SP e conta uma história de paciência e espera por um positivo que parecia não chegar nunca. O sofrimento pelo julgamento da sociedade, pela pressão dos familiares e pela frustração com tratamentos infrutíferos permeia cada linha desse relato cheio de emoção. É um testemunho. Um ode à fé e à esperança que não cede nunca.

 

Essa foi minha história/testemunho que compartilhei nas minhas redes sociais. O único objetivo era tentar trazer um pouco de esperança, um pouco de fé, pois milhares de mulheres, casais, passam diariamente por isso e muitas vezes sem forças, pensam que o único caminho e desistir.


Meu relato/história/testemunho: Muitas pessoas me perguntaram sobre minha gravidez, por que eu falava em milagre, e hoje vim falar um pouquinho sobre o meu testemunho que apenas com a Graça poderosa de Deus pude alcançar o maior sonho da minha vida. Não é fácil “expor” uma história tão pessoal assim, mas sempre tive no meu coração que o dia que meu maior milagre chegasse eu iria testemunhar, então cá estou.

Tenho 26 anos, casada há quase 5 anos. Desde que casei não tomava e nem utilizávamos nenhuma medida para prevenir a gravidez, pois já sabia que poderia demorar esse “processo” e eu vou contar o porquê.


Com 12 anos comecei a tomar medicamentos anticoncepcionais para tratar ovários policísticos. Tomei por quase 10 anos. Logo que casei procurei alguns médicos para saber o que poderia fazer para conseguir engravidar, e a orientação de todos foi que parasse com o anticoncepcional e iniciasse um tratamento com Glyfage XR 500 mg, esse medicamento foi indicado porque comecei a apresentar uma glicemia aumentada (mãe e pai diabéticos tipo 2) e ainda ele atua também no tratamento para ovários policísticos. Permaneci nesse tratamento por em média 2 anos sem sucesso.


Resolvi então procurar novamente um médico para verificar a possibilidade de um outro tratamento mais adequado. Refiz todos os exames e fui diagnosticada com Diabetes Tipo 2. Foi aumentada a dose de Glyfage e voltei com receitas de indutores de ovulação. Fiz alguns ciclos dos medicamentos e apresentava ovulação normalmente porém não engravidava. Depois de algumas tentativas resolvi desistir e entregar nas mãos de Deus, para a hora Dele. Confesso que meu coração estava em pedaços, me sentia triste, frustrada e muitos outros sentimentos que só quem passa/passou por essa luta contra a infertilidade sabe do que estou falando. Era uma cobrança diária de pessoas para saber quando eu iria ter um bebê, porque eu já estava casada fazia tempo, já estava com o Rafael há mais tempo ainda, enfim aquela cobrança ridícula da sociedade.


Há mais ou menos 1 ano, procurei novamente meu médico, estava sentindo dores abdominais, menstruação desregulada, incômodos diversos sem causa aparente. Fizemos novamente vários exames e nos exames não apresentavam nada além do que eu já não sabia (diabetes e ovários policísticos). Meu médico desconfiou de Endometriose e fui submetida a um outro exame um pouco mais invasivo. Embora não constatasse a doença naquele exame, o Dr. me explicou que eu tinha um quadro clínico da doença e a princípio o tratamento seria apenas para a diminuir a dor, pois ele não queria me submeter a exames ou cirurgias mais invasivas ainda. Outra uma vez meu mundo desabava, porém de uma forma diferente dessa vez, eu não conseguia apresentar reação, fiquei triste lógico, mas já estava esperando que fosse algo desse tipo. Tomei os medicamentos, não sentia mais dores e sabia que quem cuidava de mim era o Médico dos Médicos. Logo parei com os medicamentos para dor, e permaneci apenas com o Glyfage (confesso que não tomava com regularidade nenhuma, não me cuidava muito).


Tudo que passava no meu coração somente Deus sabia, as pessoas mais próximas imaginavam, os familiares de “dentro de casa” tinham um pouco mais de noção da real situação. Estive em alguns meses mais tranquilos da minha vida em relação a questão da gravidez, sabia que poderia demorar anos, mas sabia que iria chegar minha vez porque o Deus que nós amamos, Ele não nos abandona nunca.


Em Janeiro de 2020, chegou a época em que faço minhas mechas no cabelo e a minha menstruação estava atrasada uns 10 dias (eu não me importava mais, porque afinal quase todo mês era assim), mas como eu queria marcar o horário para o cabelo, pedi que minha amiga buscasse um teste de gravidez (porque eu já tinha vergonha de ir na farmácia de tantas vezes que eu fui) e ela buscou. Fiz o teste e lá estava meu positivo, não acreditei, pedi que ela comprasse outro de outra marca “melhor” e lá estava de novo o positivo. Meu Deus, eu não queria ficar feliz, porque podia ser um engano, mas era difícil me conter, mandei mensagem para o meu marido contando, liguei pra minha mãe e eu só sabia chorar. Me acalmei e corri fazer um exame de sangue porque ainda não acreditava 100% e a tarde veio o resultado “reagente”.


Sei que o testemunho foi longo, mas só queria dizer para que não desista dos seus sonhos, entregue nas mãos de Deus, Ele sabe a hora certa para todas as coisas.

Só quero te dizer obrigada meu Deus por tudo que tens feito por nós, sei que o caminho é longo, mas sei que em todo momento Ele estará conosco. Obrigada meu amor Rafael Oliveira por toda paciência e companheirismo.

Obrigada a você que leu até aqui.

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